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Maternidade sincera: O seu, o meu, os nossos - as várias configurações familiares

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Publicado em: 23/02/2021
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Maternidade sincera: O seu, o meu, os nossos - as várias configurações familiares

O dito modelo tradicional de família - composto por pai, mãe e filhos, já não é mais dominante nas configurações familiares dos brasileiros. Mulheres sozinhas com filhos, pais divorciados que constituíram novas famílias, crianças adotadas por casais homoafetivos, entre outras, são algumas das novas formações que vemos crescer cada vez mais. 

O Maternidade Sincera de hoje traz o relato de três dessas famílias, que contam um pouco sobre sua formação e dividem com a gente um pouco das suas histórias

 

Duas mulheres, duas mães, uma família. Vamos tentar? 
Cassiana e Daniela, mães da Clara Maria

Cassiana, Clara Maria e Daniela

"Meu nome é Cassiana, tenho 42 anos e, juntamente com a Daniela, de 40 anos, vou contar um pouco da nossa história. Desde quando nos conhecemos, muitas perguntas surgiam e o assunto sobre constituir uma família e ter filhos era constante. Comentávamos com nossos familiares e sempre recebíamos incentivo e apoio de todos – inclusive, por muitas vezes, uma certa cobrança saudável aparecia! Sempre que conversávamos e idealizávamos nosso sonho, nunca levávamos em consideração a opinião ou os julgamentos de outras pessoas, mesmo sabendo que eles existiam. Nós sempre priorizamos nossas vidas, nosso desejo da maternidade e a nossa vontade de multiplicar amor.

Após estarmos juntas por cinco anos e conseguirmos guardar algumas economias, optamos por tratamentos em clínicas por aproximadamente um ano e meio. Não obtivemos sucesso e acabamos desistindo pelo desgaste emocional e financeiro. Passamos a acreditar que talvez o nosso caminho para constituição da nossa tão sonhada família seria outro. Foi nesse momento que decidimos nos inscrever para adoção. Partimos para uma nova busca, com mais uma avalanche de perguntas, conversas, novos processos, novas dúvidas, muitas incertezas, um pouquinho de medo e impaciência. Em 2013 conseguimos nossa habilitação e nesse momento iniciou-se a torturante espera. Estávamos oficialmente na fila de adoção.

Optamos por um perfil de criança com poucas restrições, pois entendíamos que o desejo de ser mãe era maior que tantos detalhes. Acreditávamos que independentemente das nossas escolhas, nossa filha chegaria do jeito que teria que ser e no momento mais adequado para nós e para ela. E assim se fez... Em abril de 2020 recebemos a tão sonhada ligação.  Uma gestação de quase sete anos... O medo, a curiosidade, a ansiedade e muitas preocupações chegaram junto. Em meio a um início de pandemia chegava a nossa maior alegria, o nosso maior presente!

Embora a espera tenha sido longa, não tínhamos como estar preparadas para este momento da mesma forma que uma gestação tradicional. Não sabíamos o momento do nascimento e nem o tamanho da nossa filha. Chegou então a hora de correr, providenciar roupas, berço, fraldas, leite... havíamos nos tornados mães de um dia para outro! Nossa Clara Maria chegou com 6 meses de idade, encantando e tomando conta de nossas vidas e de nosso coração. Tudo começou a se encaixar de forma mágica, a nossa adaptação e a dela se deu de forma natural... parece que nos conhecíamos há muito tempo! Ela chegou para nos completar e tenho certeza de que nós faremos o impossível para completarmos a vida dela também.

Hoje, nosso anjo está com 1 ano e 4 meses e, a cada dia que olhamos para ela, temos mais certeza que a relevância que devemos dar aos julgamentos externos, aos preconceitos e à falta de informação deve ser ínfimo comparado à felicidade e ao amor que conquistamos em estarmos juntas, realizadas e com um propósito de vida bem definido. Nosso principal objetivo a partir da maternidade passou a ser preparar a Clara Maria para este mundo, mostrar pra ela que o valor das pessoas está em seus sentimentos e em como elas demonstram o respeito ao próximo.  É plantar a sementinha do amor no coração dela...

 

Uma turma com bagunça e muito amor!
Luciana Marcarini Gomes, mãe do Guilherme, da Rafaela e do Augusto

Parece engraçado dizer isso, mas eu, hoje com 3 filhos, não sei dizer quando foi que me tornei mãe. Quando o Gui, meu filho mais velho, nasceu, fazia 5 meses que eu namorava o pai dele. A notícia do bebê foi surpresa para nós dois, na época adolescentes saindo do ensino médio. Foi um baque de fato! Ouvi milhões de conselhos e muitas coisas passavam pela minha cabeça: “Filho é para sempre!”, “Ela sempre vai ser a mãe do filho dele”, “Será que o Juliano vai amar mais a esse menino do que a mim?”, “E quando eu tiver os meus filhos?”, “E se eu não puder ter filhos?”.

No dia que conheci o Gui, um anjo lindo de cabelinho cacheado me estendeu os bracinhos e apagou da minha cabeça qualquer ideia assustadora. Ele não era uma história do passado que ameaçaria o meu futuro. Era uma criança que precisava de um ambiente saudável pra crescer, precisava de conversa, de atenção, de alguém que olhasse os seus cadernos e o ajudasse com as tarefas, que curtisse assistir seus jogos e ouvir com carinho suas versões sobre cada lance da partida. A partir desse primeiro dia, sempre me relacionei com o Guilherme sem filtros, amarras ou obrigações. Para mim ele nunca foi “o filho do Juliano” ou o “filho da outra namorada”. Nunca o forcei a me tratar como mãe, a falar comigo desta ou daquela forma. Apenas estive próxima e, assim, construímos um vínculo no dia a dia, sem pressões de ambos os lados. Sempre o incluímos em todos os programas e quando ele estava conosco era o meu grude! Ficava ao meu redor, puxando papo, mexendo no meu cabelo, propondo uma brincadeira.

Eu e o Juliano nos casamos em 2008 e o Gui foi nosso pajem. Em seguida eu engravidei da Rafaela e, por minha iniciativa, veio o convite para que ele morasse conosco (prontamente aceito). É lógico que a adaptação não foi fácil, pois de um casal nos tornamos 4, com a chegada de um bebê e um pré-adolescente de 11 anos. Mas não acho que minhas dificuldades foram maiores do que qualquer família que se adapta à chegada dos filhos. Os desafios foram vividos de uma forma muito bonita: sem a cobrança por rótulos ou papeis tradicionais. Quando me dei conta, amava meus dois filhos da mesma forma e não conseguia mais me imaginar sem nenhum deles! A chegada do Augusto aumentou a turma, a bagunça e o amor! Poucas coisas nesse mundo me fazem mais feliz do que ver os três juntos! Sério... é lindo, é divertido, é encantador.

Há alguns dias atrás o Augusto, na sabedoria dos seus 6 anos de idade, falou: “Mano, tu é um cara de sorte por ter duas mães!”. E na verdade, acho que é por aí... simples assim. Apesar do pouco contato que tenho com a mãe biológica do Gui, eu sinto muita gratidão pela maneira amorosa e madura com que ela priorizou o bem-estar dele em cada decisão ou percalço dessa nossa caminhada. Sinto um carinho enorme pela família dela e desejo que sejam imensamente felizes.

A adoção veio em 2016, para formalizar uma situação que já estava claramente estabelecida: ele ganhou um sobrenome que representava os avós, tios e primos que já tinham o acolhido desde o princípio e que são a torcida mais apaixonada nos jogos que ele disputa, agora como goleiro profissional de futsal.

Hoje o Guilherme já está com 21 anos, mas continua buscando minha opinião sobre tudo: lances do jogo, sonhos, namoradas, planos para o futuro, baladas e sentimentos. Ele se tornou um cara incrível, esforçado, independente, carismático, super família e com um caráter irretocável! Me enche de orgulho quando reconheço nele um pouco de mim, mas também posso dizer que ele me inspira demais pela forma única com que persegue seus sonhos e pela liderança positiva que exerce nas equipes que integra. No final das contas, Deus foi muito generoso com o menino que nos trouxe de presente, mas acho que todos nós também temos feito um bom trabalho.


 

Uma família unida pelo amor (e sem rótulos!)
Gustavo, Karen e Márcio juntinhos do Bartôlo e da Glória

Eu sou a Karen e esses são o Márcio e o Gu. Adicione ao combo a Glória e o Bartôlo e você conhece a nossa pequena grande família!

Nossa história juntos iniciou há sete anos, quando eu e o Márcio nos conhecemos após o término de nossos casamentos. Ambos felizes por este encontro, mas ao mesmo tempo reticentes e alertas, dispostos mas cuidadosos (um misto de sentimentos tão próprios de um primeiro relacionamento pós-divórcio).

Eu sabia que o Márcio tinha um filho, então com seis anos. Por um comum acordo nosso, só fui conhecer o Gu alguns meses depois. Julgamos importante preservá-lo até que nós dois estivéssemos certos que nossa relação tinha vindo pra ficar. Entendíamos que ele também estava se ajustando e se acostumando a uma nova realidade e não pretendíamos que ele sofresse por qualquer nova ruptura ou se sentisse inseguro com uma nova pessoa caindo de paraquedas na sua vida e mudando, de novo, sua rotina. Mas mesmo assim o Gu sabia da minha existência. Sabia que o papai estava gostando e conhecendo melhor uma mulher que achava que era especial e que na hora certa ele ia apresentar - uma preparação muito linda feita pelo Márcio que, como tantas outras, só demonstra o grande pai que ele é e o respeito que tem pelo filho.

Foi tão importante esse período - não só para o Gu como para nós dois também - que cheguei na vida dele não sendo a amiga ou a namorada do papai e nem ganhei o apelido de tia. Cheguei sendo a Karen. Alguém com espaço naquela construção que agora passava a ser de três. Cheguei já tirando algumas das muitas lições que viriam: numa relação com uma pessoa com filhos, um mais um é sempre mais que dois! E que pai é pai, mãe é mãe, mas que a gente também encontra lugar e espaço nesse eixo para ser quem se é!

Um pouco menos de um ano depois do início do nosso namoro, o Gu passou a morar em definitivo com o pai. A mãe se mudou para outro país e assim o Márcio teve a guarda e as rotinas centralizadas em si. Um novo ciclo se iniciava para eles e para mim também - que, apesar de ainda não dividir o mesmo teto, entrei junto com os avós e dindos no suporte logístico, gastronômico (!) e sobretudo emocional. Foi neste momento que processei, de fato, que eu era a madrasta do Gu. Eu não precisei dividir a casa e nem ganhar rótulos pra isso. Eu simples e naturalmente assumi o compromisso que eu tinha não só com um, mas com os dois.

Se foi fácil esse período? Foi uma loucura! Precisei administrar a perda da convivência que eu e o Márcio tínhamos enquanto casal, a me controlar para não virar mais uma criança exigindo atenção, a me permitir contrariar e colocar limites ao Gu, a aceitar as pequenas demonstrações de carinho vindas dele (principalmente quando percebi que havia muito a escutar, mesmo que não fosse colocado em palavras!) e a me dedicar sem esperar reconhecimento. Aprendi a ser mais compreensiva comigo e a aceitar meus erros - afinal, também estava (e sigo) aprendendo nessa construção. Sou madrasta de primeira viagem, sem filhos na bagagem - cheguei experienciando o desconhecido!

Hoje, anos depois, já outros tantos vivendo todos juntos, na mesma casa, nas 24 horas do dia, eu sei exatamente o que é ter um filho, não biológico e nem mesmo esperado, mas sim por afinidade e acolhimento. Fisicamente não somos parecidos, mas em comportamentos e pensamentos ele tem ficado cada dia mais próximo de mim (tanto que o pai por vezes se sente um peixe fora d’água com as brincadeiras que são só nossas!).

Tenho muito orgulho da família que nós construímos diariamente, longe dos arquétipos e da perfeição, mas uma família unida pelo amor e que opta por fazer dar certo. Nós 3 nos escolhemos e nos acolhemos. E como toda escolha feita no amor, acreditamos na liberdade que damos um ao outro pra ser quem se é. Somos uma nova família, tão feliz, tão especial e tão comum como qualquer outra!

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